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APAT na CNN: a análise do conflito Israel-Irão e as consequências imediatas

26 Jun
Aos microfones da CNN,  António Nabo Martins, presidente executivo da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), fez uma projeção das consequências imediatas desta guerra.
O escalar do conflito militar entre Israel e o Irão - que já contou também com a intervenção bélica dos EUA - promete abalar fortemente o quadro geopolítico atual e, claro, adensar os problemas estruturais do Comércio Global. Para já, a ameaça do fecho do Estreito de Ormuz (passagem marítima fulcral por onde viaja cerca de 20% do cómercio marítimo de petróleo) é um das balas perdidas desta guerra, atingindo o coração da Logística e, por certo, encarecendo os combustíveis e aumentando a fatura final de empresas e consumidores. Entrevistado pela CNN, António Nabo Martins, presidente executivo da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), fez uma projeção das consequências desta guerra.

APAT na CNN: Nabo Martins analisou o impacto comercial da conflito

«O impacto sentir-se-á muito rapidamente», começou por responder o presidente executivo da APAT, quando instado a prever a reação do mercado. «O bloqueio ainda não aconteceu, mas o preço dos combustíveis em Portugal já começou a aumentar esta segunda-feira - e de uma forma considerável», prosseguiu António Nabo Martins. De forma expectável, os atores do 'teatro logístico' irão procurar alternativas a esta rota, o que conduzirá a aumentos do preço do frete: «Isso terá custos», alertou o presidente executivo da APAT, vincando que os tempos de trânsito serão uma das razões para esse acréscimo. Contudo, as soluções alternativas terão acentuados custos para todos os operadores.

Sem outras soluções por via marítima, a opção terrestre poderá ser equacionada. Já a via aérea, nem por isso, uma vez que «transportar todas aquelas toneladas de petróleo por ar teria um preço completamente absurdo», salientou. A via terrestre, apesar de «não ser rápida», parece ser a única alternativa viável, lembrou, explicando que «muitas das rotas já existentes seriam também impactadas por todo o conflito que existe em terra e até pela situação entre a Ucrânia e a Rússia», acrescentou presidente executivo da associação. Uma coisa é certa: se o panorama de guerra se mantiver e o Estreito de Ormuz for fechado, haverá «menor disponibilidade de combustíveis fosséis» a curto prazo, vincou.

Ormuz: um estreito absolutamente vital para o comércio petrolífero

Recorde-se que a guerra entre Israel e Irão encontra-se, agora, num cessar-fogo ainda ténue, contando com a mediação negocial dos EUA, que, inclusivamente, já efeturaram um ataque 'dissuasor' a alvos estratégicos iranianos. A ameaça do fecho do Estreito de Ormuz - conhecido como o 'principal gargalo do mundo' - impacta fortemente a estabilidade e viabilidade do comércio de petrolífero: os dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos mostram que cerca 27% de todo o comércio marítimo mundial de petróleo passa por aquela rota do Mar Arábico que divide Omã e os Emirados Árabes Unidos do Irão, bem como o Golfo Pérsico do Golfo de Omã.

Fonte: CNN
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