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Diretiva NIS2: Um Novo Desafio (e Oportunidade) para os Transitários

20 Ago
Diretiva NIS2 veio para ficar e representa uma evolução significativa no quadro regulatório europeu sobre a Cibersegurança, e o seu impacto será profundo.
A Diretiva NIS2 (Network and Information Security Directive 2) veio para ficar e representa uma evolução significativa no quadro regulatório europeu sobre a cibersegurança, e o seu impacto será profundo — sobretudo em setores críticos como Logística, Transporte e Transitários

Mas, puxemos o filme atrás: a crescente digitalização dos setores de Logística, Transporte e Transitários tem vindo a gerar ganhos significativos de eficiência e competitividade. No entanto, esta transformação positiva, traz, consigo, uma nova realidade, espécie de reverso da medalha: a vulnerabilidade crescente a ciberataques e disrupções tecnológicas. Uma ameaça que deve ser levada a sério. É neste contexto que surge a Diretiva NIS2, aprovada pela União Europeia para reforçar a resiliência cibernética em setores considerados críticos. 
 

O que é a Diretiva NIS2?

A NIS2 é a sucessora da diretiva NIS original, datada de 2016. Tem como objetivo aumentar o nível comum de cibersegurança nos Estados-Membros da UE, alargando o leque de entidades abrangidas, endurecendo obrigações e penalizações, e exigindo uma postura mais proativa e colaborativa no combate às ameaças digitais (no setor logístico, diversos foram os episódios de ciber-ameaças catastróficas, como a de que foi alvo a Maersk em 2017). Ao contrário da versão anterior, a NIS2 aplica-se agora a um conjunto muito mais vasto de entidades, incluindo:
 
  • Empresas de Logística e Transporte (marítimo, ferroviário, rodoviário e aéreo),
  • Operadores de serviços essenciais ligados à cadeia de abastecimento,
  • Transitários, agentes de carga e outros prestadores logísticos com papel crítico nas cadeias de valor europeias.
A inclusão destes setores deve-se ao seu papel central no funcionamento económico e social da UE — qualquer disrupção pode ter efeitos em cascata, com impacto nacional e internacional. As empresas abrangidas terão de:
 
  • Implementar medidas técnicas e organizacionais robustas de cibersegurança;
  • Reportar incidentes relevantes no prazo máximo de 24 horas após deteção;
  • Realizar avaliações de risco regulares;
  • Designar um responsável pela cibersegurança e assegurar a formação contínua das equipas;
  • Cooperar com as autoridades competentes nacionais e europeias em matéria de resposta a incidentes.

Riscos Reais, Consequências Legais

A NIS2 prevê sanções significativas para entidades que não cumpram com as suas obrigações. As coimas podem atingir os 10 milhões de euros ou 2% do volume de negócios anual, o que representa um risco material sério. Mas mais do que as sanções, o risco maior reside na perda de confiança, paralisação de operações, roubo de dados sensíveis e danos reputacionais que um ciberataque pode causar — especialmente num setor onde a confiabilidade e a continuidade são fatores críticos.

Compliance como Vantagem Competitiva

Cumprir a NIS2 não é apenas uma questão de evitar penalizações. É também uma oportunidade estratégica:
 
  • Fortalece a resiliência operacional;
  • Melhora a imagem institucional junto de clientes e parceiros;
  • Cria condições para maior integração com cadeias de abastecimento seguras e tecnologicamente avançadas;
  • Abre portas a certificações e contratos com exigência de compliance.

Hora de Agir: APAT e Switch Digital unem forças

A transposição da NIS2 para a legislação nacional está em curso e o tempo para adaptação é limitado. Para as empresas ligadas à Logística, Transporte e Transitários, aproxima-se o momento de agir, colocando em prática estratégias capazes de transformar este desafio numa real oportunidade para dar um passo seguro neste trilho de evolução digital. É neste contexto que a APAT e a Switch Digital uniram forças para sensibilizar o mercado logístico e os profissionais que nele atuam para a importância da NIS2. Este é o momento ideal para:
 
  1. Avaliar a sua maturidade em cibersegurança;
  2. Reforçar políticas e procedimentos internos;
  3. Promover formação especializada nas equipas;
  4. Estabelecer parcerias com especialistas em compliance e segurança da informação.
 
A APAT aceitou o repto da Switch Digital para, em sintonia com a administrações portuárias APDL e APS, organizar duas sessões de esclarecimentos, nas quais os participantes podem ficar a par de tudo o que a diretiva NIS2 altera e quais os caminhos a tomar: uma oportunidade imperdível para os nossos associados! A APAT e a Switch salientam: a NIS2 é mais do que uma obrigação legal: é um chamado à responsabilidade digital num setor essencial ao funcionamento da economia europeia. Quem agir agora estará não apenas em conformidade, mas também um passo à frente num mercado onde a segurança e a confiança são cruciais.

NIS2: Desmistificar o Adamastor Digital - 18 de Setembro & 2 de Outubro

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Foto: Free-Images.com | Pixabay
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