Os dados preliminares indicam um corte de um terço no volume de contentores que costumam chegar regularmente da China nesta altura do ano.
A intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China está a afetar, fortemente, os volumes contentorizados que passam pelos portos americanos, provenientes da super-potência rival: a decisão de imposição de tarifas de 125% sobre produtos chineses está a levar a uma drástica redução das cargas que entram no mercado norte-americano, com o Porto de Los Angeles (principal porto da entrada de carga vinda da China) a ser o mais atingido pela política ultra-protecionista do sempre controverso Donald Trump.
Segundo reporta o Jornal de Negócios, os operadores portuários americanos dão já conta de quedas significativas nas reservas de contentores para transporte de mercadorias originárias da China, causando assim danos na atividade económica norte-americana. Os dados preliminares indicam um corte de um terço no volume de contentores que costumam chegar regularmente da China nesta altura do ano. A decisão de Donald Trump, recorde-se, vem no seguimento do elevado défice comercial que os EUA detém perante a eterna rival China.
A reação chinesa à primeira subida tarifária de Donald Trump conduziu a um intensificar da taxação sobre produtos chineses, até aos 125%, um dos valores mais elevados de sempre, só comparável com a situação vivida na década de 1930. Lembra o Jornal de Negócios que, em abril passado, as reservas de contentores saídos da China para penetração no mercado norte-americano foram já 45% inferiores às do ano anterior. Ao que tudo indica, estes números continuarão a despencar, sem qualquer alívio à vista.
Ao olharmos para o panorama nacional americano, vislumbramos que, em todos os portos, foram reservados menos 400 mil contentores para fazer as tradicionais rotas de transporte de mercadorias entre a Ásia e a América do Norte no próximo mês, registo que se traduz numa queda de -25% face aos números de Março. «Isto traduz-se em menos postos de trabalho, preços a subir para os consumidores e empresas. Necessitamos, urgentemente, de acordos com os nossos parceiros que beneficiem a economia e a cadeia de abastecimento americana», comentou, à luz destes, desenvolvimentos, Gene Seroka, diretor executivo do Porto de Los Angeles.
Foto: Free-Images.com
Public Domain or CC0 License
Fonte:
Jornal de Negócios
Finantial Times