O impacto econômico foi significativo. Estima-se que o apagão tenha causado uma queda de 15% no consumo esperado para aquele dia, resultando em perdas de 400 milhões de euros.
No dia 28 de abril de 2025, um apagão generalizado afetou simultaneamente Portugal e Espanha: a Península Ibérica caiu num inesperado isolamento que só viria a ser remediado no final do dia. Infraestruturas críticas paralisadas, sistemas de comunicações mudos, cadeias de abastecimento interrompidas, transportes lançados nos caos e uma penúria operacional preocupante. O incidente teve início quando, em apenas cinco segundos, cerca de 60% da eletricidade disponível foi perdida, levando à desestabilização da rede elétrica ibérica.
O impacto económico foi, sem dúvida, significativo. Estima-se que o apagão tenha causado uma queda de 15% no consumo esperado para aquele dia, resultando em perdas de aproximadamente 400 milhões de euros. Além disso, o preço da eletricidade disparou em Portugal, chegando a 47,92 euros por MWh, comparado aos 10,24 euros por MWh em Espanha, devido à necessidade de recorrer a fontes de energia mais caras, como o gás natural. No setor da Logística, o fenómeno teve um forte impacto, semeando disrupções raras para as quais pouca antecipação existe, expondo, assim, a vulnerabilidade a que todos os seus processos estão sujeitos.
A paralisação do fornecimento de energia afetou centros de distribuição, armazéns automatizados, sistemas de rastreamento e transporte, comprometendo a fluidez das operações logísticas. Sem eletricidade, processos dependentes de tecnologia — como o controlo de inventário, gestão de frotas e comunicação em tempo real — ficaram comprometidos, gerando atrasos, perdas e aumento de custos operacionais. Fica claro que o apagão fez denotar a necessidade de maior resiliência e redundância nos sistemas logísticos, reforçando a importância de planos de contingência, fontes alternativas de energia e maior digitalização com foco em segurança e continuidade operacional. Situações como essa demonstram que a eficiência logística não depende apenas da tecnologia, mas também da capacidade de adaptação frente a imprevistos.
Este disruptivo evento, com tremendas repercussões transversais a toda a sociedade, ressalta a necessidade urgente de fortalecer a resiliência das infraestruturas críticas e das cadeias de abastecimento mais vitais. A implementação de planos de contingência, fontes alternativas de energia e maior digitalização com foco em segurança e continuidade operacional são essenciais para mitigar os impactos de disrupções inesperadas no futuro. Num mundo cada vez mais pautado por eventos globais disruptivos (pandemias, conflitos militares, tensões geopolíticas e económicas) torna-se crucial arquitectar soluções capazes de consolidar a previsibilidade dos sistemas que nos regem, sob pena de inviabilizarmos a certeza que, dia após dia, nos permite projetar, criar e construir o futuro.
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