Trata-se de um importante passo nos esforços globais para a redução de emissões poluentes do
Shipping: a Organização Marítima Internacional (IMO) aprovou, na última
Comissão de Proteção do Ambiente Marinho, novas regulamentações (e respetivas sanções, em caso de incumprimento) no que concerne ao transporte marítimo, no sentido de mitigar o impacto de uma indústria que, atualmente, é responsável por cerca de 3% das emissões globais. A ambiciosa meta passa por atingir as emissões líquidas zero até ao ano de 2050.
Após uma década de morosas negociações, foi alcançado um acordo para integrar o
Shipping (responsável pela maioria dos produtos transportados em todo o globo)
nos planos de descarbonização do transporte: com arranque marcado para o ano de 2028, esta nova regulamentação obrigará as transportadoras marítimas a adoptar combustíveis mais 'verdes' e a adaptar os seus navios para um rendimento mais eficiente e com uma pegada carbónica menor. Todos os países que integram a IMO estarão obrigados a respeitar as novas regras.
A dificuldade em substituir os combustíveis fósseis por soluções menos poluentes tem atrasado a reformulação do padrão de consumo e de eficiência energética do transporte marítimo global; apesar dos esforços levados a cabo nos últimos anos, a verdade é que as transportadoras marítimas continuem a não conseguir reduzir a pegada carbónica do setor, continuando a apostar maioritariamente no
diesel, por ser mais barato. De salientar que cerca de 90% do Comércio Internacional é materializado pelo transporte marítimo de mercadorias.
A iniciativa fixa, finalmente, um quadro legal que combina limites obrigatórios de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e um mecanismo global de preços para as emissões de carbono. Uma meta de sustentabilidade que, contudo, se adivinha árdua. «Ainda existe uma enorme diferença de custos entre os combustíveis fósseis e os combustíveis de emissões zero e precisamos de colmatar essa diferença», analisou Refke Gunnewijk, gestor do programa de transportes sustentáveis do Porto de Roterdão (uma das maiores infraestruturas portuárias da Europa e grande referência em termos de carga contentorizada), em declarações à BBC, na sequência do acordo.
«A aprovação marca um avanço vital nos nossos esforços conjuntos para combater as alterações climáticas. Este feito reflete o compromisso da IMO com as suas metas globais de sustentabilidade e agora temos de continuar a cooperar e a dialogar, garantindo criamos as condições necessárias para uma implementação bem-sucedida», comentou o Secretário-Geral da OMI, Arsenio Dominguez.
Fonte: BBC
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