A CLECAT, através da sua newsletter, expressou as suas perspetivas para os próximos meses no que toca aos grandes desafios no setor da Logística e Transportes da União Europeia. A entidade, da qual a APAT é associada, vincou que planeia apresentar, após o regresso a Bruxelas dos deputados do Parlamento Europeu (MPE), as suas Expectativas Políticas para o Período Legislativo 2024-2029 - um documento que descreverá as suas prioridades e expectativas para a legislatura.

A associação lembrou a importância do relatório de Mario Draghi, que deverá ser apresentado à Comissão Europeia no próximo mês. «Prevê-se que este relatório lance um forte apelo a uma atenção renovada à competitividade da UE, contribuindo para um debate mais amplo sobre as acções que a UE deve tomar durante a próxima legislatura. É provável que o relatório seja influente, uma vez que sublinha a rápida evolução do panorama mundial, em que grandes potências como os EUA e China estão a definir ativamente políticas para reforçar as suas posições competitivas, muitas vezes à custa da UE», pode ler-se na newsletter.

A CLECAT frisou que encontra-se ainda por desenvolver «uma estratégia industrial» capaz de competir com os interesses estratégicos destes grandes blocos económicos e que a UE «continua a não ter uma abordagem global para enfrentar múltiplos desafios, desde o atraso tecnológico à proteção das indústrias tradicionais». Estes desafios, salientou a associação, são exacerbados por «assimetrias na regulamentação, no comércio e nos subsídios, bem como pela necessidade de reduzir as dependências estratégicas de matérias-primas e baterias críticas». A CLECAT expressou satisfação por constatar que «a competitividade está no centro das recomendações tanto do relatório de Enrico Letta sobre o futuro do mercado único, bem como do próximo relatório Draghi».

No mesmo documento, a CLECAT mostrou-se expectante para conhecer as propostas relativas ao dossier Green Freight e à revisão da Diretiva concernente ao transporte combinado. «A CLECAT espera que a Comissão TRAN do Parlamento Europeu faça avançar a revisão desta diretiva em colaboração com a Presidência do Conselho. No entanto, reconhecemos os desafios de criar uma diretiva que se adapte a todos os Estados-Membros, dadas as suas diferentes caraterísticas geográficas e infra-estruturas», vincou a entidade.

Recorde-se que o Conselho e o Parlamento iniciarão as negociações sobre a proposta CountEmissions EU, que visa estabelecer um quadro harmonizado para o cálculo e a comunicação das emissões de GEE provenientes dos serviços de transporte. Embora a CLECAT tenha acolhido favoravelmente a proposta da Comissão, manifestou «preocupações quanto à posição do Parlamento, como a possível introdução de uma metodologia de ciclo de vida e a utilização obrigatória de dados primários para as grandes empresas». A CLECAT garantiu que continuará a defender a implementação do CountEmissionsEU enquanto « quadro prático para ajudar as empresas a calcular e a comunicar as emissões de GEE dos seus serviços de transporte».

Na sua newsletter, a associação mostrou-se também esperançada no progresso da proposta de revisão dos pesos e dimensões dos veículos pesados, que não chegou a um consenso entre os Estados-Membros. Recorde-se que estes continuam divididos quanto ao potencial aumento dos pesos máximos dos camiões com emissões zero e à possibilidade de permitir a circulação transfronteiriça de camiões de 44 toneladas entre países onde esses veículos já são permitidos a nível nacional. Quanto às disposições do Sistema Modular Europeu (SME), regista-se um alinhamento encorajador: os Estados-Membros apoiaram a proposta da Comissão.

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