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Paulo Paiva taxativo: «A Logística, em Portugal, é o parente pobre da Política»

12 Dez
O presidente da direção da APAT vincou que o setor logístico continua a ser negligenciado pela tutela e que é necessário mudar este paradigma, em prol de uma maior competitividade do país.
O discurso de Paulo Paiva, presidente da direção da Associação dos Transitários de Portugal (APAT) marcou o primeiro dia dos trabalhos do 19º Congresso da APAT, subjacente ao tema 'O Transitário: A Força da Logística na Economia', realizado nos dias 10 e 11 de Novembro, em São Félix da Marinha (Vila Nova de Gaia). O dirigente vincou que o setor logístico continua a ser negligenciado pela tutela e que é necessário mudar este paradigma, em prol de uma maior competitividade do país.

Destino dos transitários «passará, sempre, por encontrar soluções»

«Vivemos tempos conturbados, que prometem muitas e renovadas mudanças. Os transitários saberão, mais uma vez, estar à altura dos acontecimentos, demonstrando que o nosso destino passará, sempre, por encontrar soluções, independentemente do contexto e da conjuntura. É nosso dever contribuir para o esforço de recuperação do país: só sendo mais intervenientes, quantitativa e qualitativamente, o nosso setor, fundamental para todas as atividades económicas – sobretudo pela sua transversalidade – manterá o posicionamento e o reconhecimento que merece. Só juntos o poderemos conseguir», introduziu Paulo Paiva.

Urge investir na ferrovia e em encontrar solução para o 'dossier Bobadela'

Perante uma sala repleta (mais de 150 pessoas marcaram presença), o presidente da APAT frisou a importância, de «concretizar investimentos nos portos, na ferrovia, na rodovia e, sobretudo, nos aeroportos», lembrando que a «Logística, em Portugal, é o parente pobre da Política, porque a sua relevância é intangível e o resultado da sua eficiência um dado adquirido: só sentimos a sua importância quando sofre perturbações que originam falhas nas cadeias de abastecimento». Como exemplo dessa tendência, Paulo Paiva fez alusão à questão do novo aeroporto: «50 anos para tornar um investimento decisivo em realidade», atirou.

Durante a sua intervenção, Paulo Paiva deixou críticas à forma como o dossier da «relocalização do terminal da Bobadela» está a ser dirimido: uma decisão «prejudicial» para Portugal, faltando, até agora, uma alternativa credível que não afete gravemente as cadeias de abastecimento e os fluxos logísticos. A aposta na ferrovia deve continuar, sem reservas, para que um Portugal mais intermodal e multimodal não fique, mais uma vez, adiado. «É um risco parar o desenvolvimento da ferrovia que deverá sempre incluir plataformas multimodais que facilitem a transição entre meios de transportes», salientou.

Aposta na Formação: APAT focada em contribuir «proativamente» 

Paulo Paiva aflorou, também, a vertente da Formação, cada vez mais fulcral no desenvolvimento sócio-profissional e, cada vez mais, uma aposta feita pela APAT. «A nossa atividade é das mais diversificadas e desafiantes, que deveria liderar a mudança no Mundo, indicando o caminho para o futuro. Digo ‘deveria’ porque, antes, as empresas nesta indústria precisam também elas de mudar primeiro. Por exemplo, a APAT está proactivamente a contribuir para essa mudança com a disponibilização de Formação na nova plataforma de e-Learning, alterando, melhorando e flexibilizando a forma como se disponibiliza o conhecimento», rematou.


 

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