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O FUTURO FUNCIONA?

01 Fev

Este ano foi talvez um dos anos mais estranhos das nossas vidas e fazer um balanço ao mesmo fica igualmente estranho.
Atípico dizem uns, diferente dizem outros, que colocou os seres humanos à prova dizem muitos e a verdade é que foi isso tudo.

O FUTURO FUNCIONA?

Este ano foi talvez um dos anos mais estranhos das nossas vidas e fazer um balanço ao mesmo fica igualmente estranho.

Atípico dizem uns, diferente dizem outros, que colocou os seres humanos à prova dizem muitos e a verdade é que foi isso tudo.

Um pequeno, mas perigoso vírus ensinou-nos a ter de viver com menos. Menos tempo com os amigos e com a família, menos tempo para trabalhar da forma que estávamos habituados e muito menos tempo para fazer negócios e estar com os parceiros e com as empresas nos mercados.

A vida humana é isto tudo, é ser social e ser amigo e não é seguramente viver sozinho, trabalhar sozinho, não viajar, não rir, não ter cultura, não ter música, quando afinal aparentemente temos mais tempo para isto tudo.

Meus senhores, o recurso mais valioso que temos é o tempo, o único que não se recupera se o não aproveitarmos bem!
(Henrique VIII)


Só a capacidade do ser humano em se adaptar lhe permite encontrar alternativas e enfrentar todos estes contratempos reinventando-se, na maneira de viver, de estar, de pensar, de comercializar e de trabalhar. Hoje percebemos que podemos trabalhar em casa e fazer quase tudo à distância, mas só o conseguimos porque temos mais tecnologia, somos mais digitais e talvez mais ágeis no pensamento.

Este ano não foi diferente para a APAT, tivemos de nos recolher em casa, trabalhar à distância de um clique e expirar de saudades dos nossos associados, dos nossos amigos e colegas. Num primeiro momento foi complicado porque tínhamos muitas expetativas para este ano e queríamos muito poder estar mais tempo e viver mais vezes presencialmente na vida dos nossos associados. Tivemos de reagir e perceber de que forma poderíamos estar mais juntos ainda que virtualmente. Conseguimos, diria que num breve espaço de tempo, encontrar novas formas de promover ações de Formação, participar e organizar alguns webinares, estar mais vezes presentes nas reuniões internacionais e assim conseguir disseminar mais informação e com mais atualidade, ou seja, tudo ficou mais rápido, mas também mais actual.

Todo este tempo, aparentemente mais disponível, passa com uma rapidez absurda e deixa todos os tipos de marcas em nós. Da mesma forma que o tempo muda o nosso corpo, também muda a forma como vemos a vida. Mas também é verdade que o valor do que fazemos não está no tempo em que fazemos, na forma como fazemos, mas na energia com que fazemos. Por isso mesmo conseguimos passar por momentos inesperados, fazer coisas singulares e “conhecer” pessoas impressionantes. Não podemos querer apenas passar tempo, mas queremos acima de tudo saber usar o tempo para fazer as coisas.

O ano ainda não acabou, a pandemia ainda não foi vencida e já nos colocaram novos e ambiciosos desafios. Agora temos de ser capazes de preparar a nossa vida futura, esquecendo um modo que assentava e se focava sempre na forma presencial e agora temos de saber compatibilizar o presencial com o virtual, sempre na expetativa de fazer o melhor e mais competente possível. Sabemos que a nossa atividade é fundamental e absolutamente relevante para reerguer a nossa economia, apoiar as empresas nacionais exportadoras e importadoras. É nestes momentos desafiantes, controversos e difíceis que se vê a resiliência, a capacidade de lutar dos que não desistem e nunca perdem a esperança. É nestes momentos que temos de ser mais fortes e para sermos mais fortes temos de estar unidos e juntos na defesa da atividade transitária. Hoje sabemos e sentimos grandes confrontos e desafios que vão muito para além das pandemias. As “guerras” comerciais entre povos e setores de atividade em que o crescimento económico é muitas vezes visto como o objetivo único das organizações sem olhar a meios, são talvez mais perniciosas. Ora entendemos que o crescimento económico tem de ser visto como um processo transformador e não de simples conquista, até porque prosperidade económica é igual a lei e ordem, sejam elas do ordenamento jurídico ou do “ordenamento” ético das pessoas e das empresas. Entendemos que não vale tudo e por isso é fundamental que entendamos que juntos somos mais fortes, mas unidos, somos muito melhores.

Nesta vida sabemos igualmente que não podemos agradar a todos. Da mesma forma, sabemos que somos todos diferentes, pensamos de forma diferente, agimos de forma diferente, mas também nenhum de nós é o “dono da sabedoria”. No início da pandemia o nosso “instinto coletivo” instou-nos a ir para a frente desta batalha, apoiar e ajudar a que nada faltasse aos Portugueses e fomos juntos. Agora tem de ser a nossa consciência coletiva a instar-nos ao cumprimento do nosso desígnio, para enquanto classe, o insucesso não faça parte do nosso vocabulário e temos de estar unidos.

Podemos eventualmente almejar por uma inovação institucional enquanto classe, de modo a que nos possamos posicionar num lugar muito favorável na luta contra a COVID-19, contra as alterações na forma e modo de comprar, vender e consumir e, contra aqueles que querem um lugar neste “concurso” da vida, sem ética e regras. “O “negócio” sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha.” (Francisco Sá Carneiro-adaptado)

Será que a COVID-19 é uma contingência histórica que irá influenciar todo o futuro da economia?
Ou será apenas uma consequência para o falhanço de algumas empresas, pessoas e ideias? O futuro o dirá.

O futuro funciona?, claro que sim. Mas funciona melhor para quem acredita.
O futuro funciona?, claro que sim. Mas funciona melhor para quem tem esperança.
O futuro funciona?, claro que sim. Em breve saberemos porque o futuro é já amanhã.

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