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Brexit - Governo britânico anuncia a criação de vários portos francos

05 Set
Numa visita ao Teesport, a nova ministra dos negócios estrangeiros anunciou a construção de até 10 novos portos francos, para impulsionar o comércio internacional após a saída do Reino Unido da União Europeia.
Numa visita ao Teesport, a nova ministra dos negócios estrangeiros anunciou a construção de até 10 novos portos francos, para impulsionar o comércio internacional após a saída do Reino Unido da União Europeia.

Este plano foi uma das promessas que Boris Johnson fez durante a sua campanha para a liderança do partido Conservador, defendo que estes portos fomentarão o crescimento económico no pós-Brexit. O então candidato a líder do partido recebeu uma doação de £25.000 da Bristol Port Company para apoiar a persecução do projeto, sendo um dos portos em questão o de Bristol.
 
Liz Truss acredita que a existência de novas zonas francas irá criar milhares de postos de trabalho nas imediações dos portos e aeroportos já existentes. Um estudo levado a cabo pela consultora Mace em 2018 estimava que a criação de sete portos no Norte de Inglaterra poderia gerar £9 biliões de receita líquida adicional para o PIB britânico e cerca de 150 mil postos de trabalho.
 
Contudo, alguns especialistas na matéria vieram já tornar público o seu ceticismo relativamente ao plano. Barry Gardiner, deputado da oposição responsável pela pasta dos negócios estrangeiros, teme que este plano dê origem a “um nivelamento por baixo” que irá beneficiar negócios de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
 
Ademais, Gardiner debruçou-se sobre a possibilidade de que os incentivos dados às empresas levarão apenas ao fecho de fábricas já e mudarem a sua localização para estas zonas, ou seja, a criação de valor nestas zonas irá advir de uma redistribuição da atividade económica a nível geográfico dentro do próprio país, visão suportada pelo Observatório para a Política Comercial do Reino Unido e o think-tank Chatham House.
 
Recentemente, três portos perto de Teesport mostraram-se interessados numa conversão para zona franca. Juntamente com Teesport, os quatro pretendem aumentar o tráfego comercial, dada a dificuldade que têm em competir com os dois portos mais ocupados (Felixstowe e Southampton).
 
Harry Theochari, presidente da Maritime UK, o organismo comercial para a indústria marítima, pôs-se ao dispor para “trabalhar de perto com o governo para garantir que os seus planos são bem-sucedidos no longo prazo” dado que “a implementação de portos francos requer tempo, colaboração e planeamento cuidadoso”.
 
O governo tem constantemente dado o caso dos EUA como exemplo, pois o país criou mais de 250 zonas francas que empregam 420 mil pessoas.

Fonte: AICEP

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