X




X

EUA e UE amenizam 'tensão tarifária' mas acordo está longe de ser benéfico

29 Jul
Não terá sido o fim da tensão mas o clima amenizou significativamente: os EUA e a União Europeia firmaram um acordo comercial preliminar e provisório que impede uma potencial escalada de tarifas entre os dois blocos económicos. Donald Trump e Ursula von der Leyen acordaram numa tarifa de 15% para os bens exportados para o mercado americano, longe dos 30% inicialmente projetados pelo controverso líder republicano. A tarifa para as exportações dos EUA com destino ao mercado comunitário não ficou, ainda, explicitada.



De acordo com os termos acordados, finalizados este domingo pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo presidente dos EUA, Donald Trump, durante uma reunião na Escócia, a maioria das exportações da UE com destino ao mercado americano será sujeita a uma tarifa de 15%.
A tarifa para as exportações dos EUA com destino ao mercado da UE não ficou imediatamente clara.

O acordo é apenas preliminar e necessita de ser mais detalhado.

"Temos um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo. E é um grande acordo. É um acordo enorme", afirmou von der Leyen. "Vai trazer estabilidade e previsibilidade. Isso é muito importante para as empresas de ambos os lados do Atlântico."
Von der Leyen observou que a tarifa de 15% seria "geral" e "abrangente", impedindo a aplicação de outras tarifas.
"Foram negociações difíceis [mas] chegámos a uma boa conclusão», referiu ainda, destacando a "abertura" do mercado da UE, que Trump tinha contestado.
 
Ainda assim, representa uma concessão dolorosa, considerando que as negociações começaram com von der Leyen a oferecer um acordo tarifário "zero por zero". Ao longo do processo de negociações, von der Leyen alertou repetidamente que "todas as opções", incluindo um instrumento nunca utilizado contra a coerção económica, estavam em cima da mesa no caso de um cenário indesejável.

Antes da chegada de Trump perturbar o comércio transatlântico, os produtos fabricados na UE estavam sujeitos a uma taxa média de 4,8% ao entrar no território dos EUA. O acordo deste domingo implicará, presumivelmente, um acréscimo de 10% para atingir a marca de 15%.
Os automóveis da UE, que estão agora sujeitos a uma tarifa de 27,5%, passarão a estar sujeitos à taxa de 15%.

Um esquema "zero por zero" será aplicado a aeronaves, semicondutores, recursos naturais, matérias-primas críticas e alguns produtos químicos e agrícolas.
Além disso, explicou ainda, o bloco irá comprometer-se a gastar mais de 250 mil milhões de dólares por ano na compra de GNL (gás natural liquefeito) americano e combustíveis nucleares para substituir a energia russa. No total, tal significaria 700 mil milhões de dólares para o restante do segundo mandato de Trump. (Não está claro de que forma um acordo comercial pode impor aquisições a empresas privadas.)

Ajude-nos a crescer