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Antes de prioridade da automação «ainda temos um longo caminho a percorrer»

30 Jul
Ao intervir durante a mesa-redonda do evento Techlogistics (com chancela da Devlop e da SCM), ocorrido na Microsoft Portugal no passado dia 3 de Julho, Ana Gonçalves, que integra o corpo diretivo da APAT para o triénio 2024-2026, frisou que a automação no ecossistema logístico é um imperativo incontornável mas que existem ainda muitas questões básicas que carecem de resolução. A aposta na automação não poderá deixar, pelo caminho, a intervenção urgente em problemáticas que persistem em retirar agilidade, dinâmica e eficiência aos processos logísticos, alertou.

Instada a comentar a realidade dos portos nacionais, e a forma como a agilidade dos mesmos impacta a atividade logística e transitária, Ana Gonçalves lembrou que os portos cujo enfoque reside no transbordo de contentores costumam ser aqueles que maiores índices de automação apresentam. «Os portos que estão altamente automatizados são, normalmente, os grandes portos de transbordo e que gerem muita carga. Penso que, em Portugal, o maior problema não é a urgência em automatizar os portos, penso que talvez existam outros problemas que requerem mais prioridade», afirmou.

Para a especialista em Atividade Transitária, que integrou a mesa do debate central do evento, o investimento congruente na automação das operações portuárias é essencial mas deve estar enquadrado num ecossistema ágil em cada uma das etapas básicas do processo de transporte de mercadorias. Caso contrário, os resultados podem ser contraproducentes. Deixando elogios aos esforços na aplicação estrutural da Janela Única Logística e à gradual expansão da sua área de influência, Ana Gonçalves salientou que ainda existem arestas por limar noutros aspetos.

«Temos, constantemente, conversas sobre o que é a eficiência do que é um contentor, por exemplo, chegar, descarregar, ser posicionado para embarcar e o motorista do camião partir. O tempo que leva para tudo isto acontecer. Ou algo como entregar um simples papel ou a afetação de recursos à operação do navio versus a operação dentro do terminal (...) Tudo isto são exemplos de situações que, antes de chegarmos à automação, ainda temos um longo caminho a percorrer», rematou a especialista.

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