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Falta de visão da ANA

28 Dez
APAT critica «falta de visão da ANA» e «contínuo 'desinteresse' pela carga»
Em comunicado, a Associação dos Transitários de Portugal (APAT) veio comentar as recentes notícias relativas a possíveis avanços, já em 2019, para um novo aeroporto em Lisboa - no seguimento de declarações do Ministro das Infraestruturas, Pedro Marques.

Sobre as declarações de Pedro Marques, a Associação recorda que «andamos há mais de 30 anos a ouvir sobre intenções de resolver as problemáticas das infraestruturas aeroportuárias nacionais» e que, passado todo esse tempo e com pouco a ser feito, foram «inúmeras as oportunidades de negócio que se viram goradas pela falta de concretização das sucessivas e, claro está, bem-intencionadas, promessas políticas». «Deparamo-nos, novamente, com a intenção de arrancar, em 2019, com um projeto que já devia ter sido iniciado há muito», acrescenta a APAT.

No entanto, o comunicado da Associação, como não poderia deixar de ser, aponta sobretudo para a área que afecta os seus associados: a carga. Aí, a APAT realça que «os terminais de carga (peça fundamental de qualquer aeroporto), não reúnem as condições necessárias para exponenciar a competitividade das exportações portuguesas», deixando sérias criticas à ANA que, na sua opinião, «tem revelado uma criteriosa falta de visão, abstendo-se de qualquer investimento no departamento de carga, do que será exemplo a sua inércia perante a necessidade urgente da tomada de iniciativas que contornem a realidade dos procedimentos de segurança se terem tornado uma entropia no movimento de mercadorias por via aérea, nos aeroportos do Porto e de Lisboa». 

«No aeroporto do Porto, desde meados de Novembro e à semelhança do que já se passou no aeroporto de Lisboa, o cenário é de carga amontoada (por falta de espaço) e espalhada pelos terminais, fora do perímetro de segurança, cujo acondicionamento e bom estado não têm sido devidamente garantidos pelas entidades aeroportuárias que, além do mais, se eximem (ou procuram eximir) de qualquer responsabilidade quanto a eventuais prejuízos provocados por esses mesmos procedimentos de rastreio», aponta ainda a Associação, deixando uma mensagem à gestora dos aeroportos: «Não havendo outras empresas com disponibilidade para investir, a solução terá de passar por ser a ANA a disponibilizar meios de rastreio nos terminais de carga. É, atualmente, incomportável, permanecermos impassíveis perante este contínuo desinteresse pela 'carga'».

A Associação conclui referindo que o cenário actual conduzirá a um contínuo «desvio do 'main core'» dos negócios para Espanha e resto da Europa, uma vez que «a opção dos compradores se fixe nas entidades que consigam reunir as condições logísticas que permitam colocar o produto nos mercados a que respeitem».

Fonte: Revista Cargo
Fonte fotográfica: Revista Cargo

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