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As empresas transitárias são imprescindíveis no comércio internacional

29 Mar
A utilização de novas tecnologias sempre será um catalisador permanente que empurra as empresas para o futuro sem que, contudo, percam a sua sustentabilidade.
A Apat, de início conhecida como Associação Portuguesa dos Agentes Transitários e, desde 1994, como Associação dos Transitários de Portugal, tem um cariz muito especial dado que a atividade que representa está intimamente ligada aos fluxos nacionais e internacionais de mercadorias, sem os quais nenhum país pode sobreviver. Projetar o futuro baseado no presente não será certamente um pressuposto ideal, na medida em que a realidade global é muitas vezes mais veloz do que a nossa capacidade de a antever.
Os fluxos de informação viajam muito mais depressa do que os fluxos de mercadorias, uma verdade que hoje assume uma importância relevante num mundo ligado em rede, onde a toda a hora são trocados gigabytes de dados em segundos. Não é em vão que se diz que a maior vantagem de uma empresa transitária é um excelente fluxo de informação.
Se existem sectores da economia onde o presente tem sempre um pé no futuro, a atividade transitária será seguramente o melhor e mais representativo exemplo. Com efeito, desde sempre, as empresas transitárias porque em constante contacto com o mundo exterior, são forçadas a utilizar procedimentos e regras ainda desconhecidas do seu universo mas já consolidadas noutras economias e mercados. Tal pressão faz com que a utilização de novas tecnologias seja um catalisador permanente que empurra as empresas para o futuro sem que, contudo, percam a sua sustentabilidade.
Não é por acaso que, se passarmos os olhos pelos temas base de diversos congressos da Apat, encontramos expressões como “a Universalidade do Transporte” (1995), a “Via para a Globalização” (1998) e, mais recentemente, “e-Transitário, O Futuro Agora” (2013).
Com efeito, desde o “e-customs” onde a maior parte das transações já é processada em mensagem eletrónica, pondo de parte definitivamente o suporte papel, ao transporte aéreo que, no projeto “e-freight”, vai dar lugar à substituição da parta de porte (airwaybill) em papel para a e-airwaybill, passando pelas convenções internacionais de transportes, que já admitem e reconhecem a versão eletrónica de documentos, até às regras incoterms da Câmara do Comércio Internacional, CCI, que conferem à mensagem eletrónica o mesmo valor de um documento em papel, a evolução permanente dos processos através da tecnologia obriga a uma flexibilidade e a novos modelos de gestão que colocam sob pressão as empresas transitárias.
As mudanças do presente são irreversíveis e não há qualquer hipótese de serem alteradas. Para conseguir acompanhar esta realidade, é imprescindível que se opere uma mudança de mentalidades, sem a qual as empresas correm o risco de perder competitividade e assim, ficarem inexoravelmente afastadas deste processo evolutivo.
 

Rogério Alves Vieira, ex-Presidente Executivo da Apat (2014)

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